Criadores de ovinos apostam no aumento da demanda

Criadores de ovinos apostam no aumento da demanda — Foto: Reprodução/ TV TEM

Potencial de crescimento do consumo é considerado alto no Brasil.

Por Nosso Campo, TV TEM
12/05/2019 07h46

O criador de ovinos Francisco Manoel Fernandes se dedica a cria, recria e engorda. Há 30 anos no ramo, ele fez o plantel crescer 20% e agora tem 310 cabeças.

O criador conta que diminuiu a venda de matrizes em 2017 e 2018 com o objetivo de aumentar o rebanho e atender à demanda crescente pela carne ovina. Ele espera que a procura melhore ainda mais nos próximos anos se o país superar a crise econômica.

Para ajudar no manejo, as ovelhas prenhas, que precisam de cuidados especiais, recebem uma marcação à tinta nas ancas. Além disso, todos os animais do rebanho são identificados com números no dorso para controle da idade, raça e produtividade.

As ovelhas são examinadas semanalmente por um veterinário, que também faz ultrassom nas fêmeas para identificar quais estão prenhas.

Doutor em clínica de ovinos, Danilo Ferreira explica que o cuidado ajuda a identificar a gestação logo no início, o que facilita o manejo nutricional da ovelha e garante maior retorno financeiro ao produtor.


Francisco conta que, com esse manejo, é possível descartar as ovelhas improdutivas e se dedicar àquelas que garantem um bom cordeiro.

A Associação Paulista de Criadores de ovinos tem 320 sócios. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que o Brasil tem mais de 18 milhões de ovinos e o número vem crescendo diante da procura pela carne.

O Nosso Campo visitou uma empresa de São Manoel (SP) que recebe carne de um frigorífico e separa os cortes especiais. O carré de cordeiro, que tem parte da coluna vertebral do animal e um pedaço do lombo, está entre as carnes mais nobres e apreciadas no mundo. A paleta e pernil também se destacam.

Quase toda a produção é vendida para a capital paulista. Por dia, são embalados e comercializados cerca de 700 quilos de carne. O empresário Otávio Zancaner diz que o setor está em expansão, mas ainda sofre com o mercado ilegal. Segundo ele, até 95% dos abates são feitos de forma clandestina.

Dados da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos apontam que o brasileiro come, em média, 400 gramas de carne ovina por ano. O número é bem menor do que o consumo de carne bovina (35 quilos por ano), de frango (44 quilos por ano) e de carne suína (15 quilos por ano).

 

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